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Depoimentos

Uma doula em minha vida
Por Adjane Balbino de Amorim Rodrigues

A primeira vez que ouvi falar em doulas foi há muitos anos, quando uma amiga que é enfermeira fez um curso de especialização. Todavia era algo ainda muito nebuloso em minha mente, afinal ainda era solteira e nem pensava em ter filhos.

Os anos passaram. Me casei e depois de algum tempo engravidei. Em uma consulta com o obstetra encontrei uma paciente que estava em uma consulta pós-parto. Ela me falou que foi acompanhada por uma Doula durante seu parto normal e que foi uma experiência muito interessante. Neste momento decidi que também iria optar pelo parto normal e para tal buscar o auxílio de uma Doula.
Há alguns anos, conheci uma fisioterapeuta, com a qual fiz diversas sessões, pois estava em uma fase de muito stress e por meio dos atendimentos obtia grande alívio. Esta profissional havia realizado o curso de doulas oferecido pela UnB, embora eu desconhecesse essa informação.
Resolvi procurar a amiga enfermeira (a que me referi no 1º parágrafo) e saber dela se estava atuando como doula, porém recebi resposta negativa, mas para minha surpresa ela me informou haver ter realizado o curso juntamente com Vanja - a fisioterapeuta que me atendia.

Vanja sempre foi extremamente receptiva, por isso mesmo imediatamente entrei em contato com ela e iniciamos sessões de Pilates, utilizando para tal alguns dos aparelhos de pilates, pois o trabalho de uma Doula não se restringe à hora do parto, mas sim por toda gravidez. Ela me forneceu importantes informações que foram acatadas por mim - marinheira de primeira viagem. Por meio dela soube quais alimentos deveria consumir e quais não, a importância da hidratação neste período além de exercícios para fazer em casa e que serviram tanto para aliviar o inchaço como também para a hora do parto.

Desde o início das consultas com meu obstetra, deixei claro o desejo de ter o bebê por meio de parto normal e ele sempre foi bastante favorável sobre esta decisão, principalmente ao saber que estava com o auxílio de uma Doula, pois já havia realizado o parto de daquela outra paciente acompanhada de outra Doula.

Nosso bebê resolveu chegar em um sábado pela manhã - às 6.45hs minha bolsa rompeu. Tomei um banho e liguei para o meu obstetra e também para Vanja. Todos fomos para o Hospital. Vanja iniciou comigo uma sessão de exercícios e caminhada a fim de favorecer a dilatação. Enquanto a equipe médica constantemente estava verificando a condição em que estava. Meu obstetra diversas vezes veio realizar o toque e depois de 7 horas de constante exercício verificou-se que infelizmente não tive se quer 1 cm de dilatação e para evitar riscos de infecção para o bebê era preemente a realização da cesárea.

Victor nasceu às 16 horas, pesando 3.380 kg, um garotão lindo. Pensava eu, que Vanja tivesse encerrado sua função, mas enganei-me – ela esteve toda a noite conosco e como meu marido estava tão cansado quanto eu, ela acabou por cuidar de mim, me oferecendo a alimentação trazida pela equipe do hospital e ainda me auxiliando nos cuidados para não comprometer o corte da cirurgia.

Victor hoje tem 10 meses, está quase andando. Umas das primeiras visitas que ele recebeu em casa foi de nossa Doula, que além de tudo ainda prestou diversos esclarecimentos do período pós-parto e dos primeiros cuidados quando a amamentação e cuidado com nosso rapazinho.

Minha experiência com a Doula (embora não tenha alcançado o desejo do parto normal) foi excelente. Vanja é minha amiga e sempre que possível conversamos sobre os cuidados com nosso bebê.

Eu recomendo a todas as grávidas a companhia de uma Doula, esta profissional que realmente está ao lado durante a gravidez, o parto e o pós-parto e ainda oferece informações relevantes para toda a vida.


Adjane, Adão e Victor. MAIO - 2010


VIVÊNCIAS DE FÊMEA
por Maísa

Minha primeira gestação iniciou-se em 2004, tive o acompanhamento da parteira
Silvéria no Grupo de Gestantes do HUB. Silvéria é uma mestra emancipadora, conterrânea de Paulo Freire. Fiz o pré natal pelo SUS com um médico ótimo (anos depois vim a saber que era ele que atuava na rede particular assistindo parto em casa, veja só....). Estava preparada para parir em casa com meu marido, ainda que, por ser a 1a vez, tudo era novo, um re-conhecer e re-lembrar... Fiquei, em trabalho de parto, longos períodos a só, o que foi fundamental... E às vezes meu marido aparecia e me fazia vigorosas massagens no quadril. Foi tudo maravilhoso,
meu filho nasceu lindo e eu estava ótima!
Minha segunda gestação, em 2007, estava tranquila até a 10a semana. Um dia comecei a sangrar e procurei o serviço de saúde. O médico de plantão me tratou mal e me passou um exame. Estava sensível, saí e comecei a chorar, e senti dentro de mim que era para eu me recolher e confiar na sabedoria do meu corpo. De noite as contrações começaram. Tive um aborto de ovo cego (ovo que não desenvolveu). Foi como um mini-parto que terminou com a saída da placentinha (do tamanho de um pires de café). Fiquei triste porque era uma gravidez muito desejada e querida, mas feliz porque tudo estava bem.
Minha terceira gestação, iniciada em 2008, foi um acontecimento muito feliz. Sabia que era minha filha que estava chegando. Fiz o pré-natal também pelo SUS com uma médica tranqüila e simpática. A partir do 6° mês tive o apoio total da minha amiga e Doula Vanja Mendes, de Brasília. Embora ela não tenha em nenhum momento massageado meu quadril, pois estávamos a 1000 km de distância, ela massageou meu coração (com licença, para dizer: Vanja você foi -e é-, maravilhosa!!!). Estava preparando-me e organizando tudo para parir de novo em casa e dessa vez queria um pouco mais: queria eu mesma aparar minha filha. Ensaiei antes algumas posições e assim foi. Minha filha nasceu embrulhadinha em presente com duas circulares de cordão. Eu a peguei, desenrolei o cordão, passei a mão por todo o seu corpinho falando-lhe palavras de afeto e a coloquei para mamar. E mamou muito! São tantas coisas feitas com amor resumidas aqui em algumas linhas...
E para concluir rindo: parto é igual sexo, bom mesmo é escondidinho, mas é
ainda melhor, afinal alguém conhece um pênis mais poderoso do que a cabeça de um
bebê?

Um abraço, Maísa







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